Torna-se um desafio que um filme consiga corresponder ou até mesmo superar expectativas do público que conhece a obra literária em uma adaptação cinematográfica. A franquia de Tris e Quatro está – sem dúvida – conseguindo agradar ao público conhecedor dos livros e também aos não conhecedores.
O perigo dos Divergentes
Como nos foi previamente explicado no primeiro filme da trilogia, Em uma comunidade que vive “aprisionada” dentro de uma muralha em um terreno pós apocalíptico, uma série de facções foram determinadas a fim de institucionalizar a ordem no que sobrou do mundo.
Essa seria uma forma de “limitar” habilidades: Abnegação (Altruísmo); Amizade (Generosidade); Audácia (Coragem); Franqueza (Sinceridade); Erudição (Inteligência). Através de simulações, cada indivíduo seria designado para uma facção – que inclusive possuem suas próprias cores, tornando o filme visualmente lindo nos conjuntos de pessoas – de acordo com sua maior habilidade.
E quem seriam os Divergentes? Enquanto uns não possuem nada – e acabam ficando sem facção – outros possuem facções demais! Exato, os Divergentes são aqueles que possuem mais de uma habilidade inerente a mais de uma facção. E não estou falando sobre conversar e dirigir ao mesmo tempo.
Dada a forma como a comunidade tem se mantido em paz após a divisão da sociedade, tais Divergentes são considerados um risco para a ordem, de forma que passam a ser caçados. E essa é a única mentalidade que conhecemos até o final do primeiro filme.
Crime de Insurgência
Já na continuação, que teve sua estreia mundial semana passada, observamos um cenário relativamente diferente. O objetivo da caça de Divergentes não é apenas para destruí-los, mas sim porque a atual mentora da ordem – interpretada pela sempre linda Kate Winslet – busca um Divergente específico que consiga superar as simulações de todas as facções e consiga abrir uma caixa misteriosa que possui uma “mensagem” dos antigos, que estabeleceram a ordem inicial.
Após o final do primeiro filme, vemos que a facção Audácia entrou em colapso com Abnegação – controlada pelos “governantes” – e os acusados foram os Divergentes. No entanto, ser um Divergente não basta. Há um “nível” que define a quantidade de habilidades pertencentes a outras facções que constam em um sujeito.
Desde 10% – o que seria um indivíduo praticamente normal – ao 100%, que é o indivíduo plenamente desenvolvido dentro da sociedade que existe na Muralha. Esse é o caso raríssimo da protagonista Tris. Em alguns breves momentos, o fato da caixa com a mensagem ter sido encontrada dentro da casa da própria Tris, o fato dela ter sido identificada como rebelde, entre outros elementos, podem tornar-se meio confusos, realmente, para quem não leu os livros e não entende os pormenores da história.
No entanto, isso não é nada que não seja “explicado” durante um breve diálogo sobre a ironia da vida, durante a protagonista e a antagonista do filme.
Inovador?
O 3D do filme foi realmente surpreendente. Desde o começo da série, os pôsteres divulgados já possuiam essa proposta interativa, e o filme não poderia deixar por menos. Misturar dois elementos: a tecnologia de ponta em meio ao caos e à destruição dos prédios em todos os lugares, é um verdadeiro desafio.
Desafio, este, que foi plenamente bem executado durante todo o filme. Seria ignorante falar que fiquei em busca de falhas em um filme no qual todos os aspectos me entreteriam. Comparando o desempenho da protagonista, Shailene Woodley, é possível perceber um grande amadurecimento entre o primeiro filme e este.
Entre os blockbusters que estão em cartaz esse mês, com certeza Insurgente é uma boa escolha!
Robert Schwentke
Douglas Wick, Lucy Fisher, Pouya Shabazian
Brian Duffield, Akiva Goldsman, Mark Bomback
EUA
119 minutos
Shailene Woodley, Theo James, Octavia Spencer, Jai Courtney, Ray Stevenson, Zoë Kravitz, Miles Teller, Ansel Elgort, Maggie Q, Naomi Watts, Kate Winslet
The Divergent Series: Insurgent